segunda-feira, 27 de julho de 2015

DESEJAS OU QUERES?


Queres, desejas, sonhas?
Será que tudo isso é igual e sinónimo do quanto queremos algo? Será que dizer que quero muito algo é a mesma coisa que dizer que desejo ser ou ter?
Na minha opinião não, e foi a ler um post de uma atleta no outro dia que pensei sobre isso e sobre o poder das palavras e dos actos.


1e298f8eaa0ca6e89112adf0aca3c9e5
Diariamente oiço da boca das pessoas que conhecem a minha parte de atleta, seja pessoalmente ou virtualmente, que desejavam ser assim, desejavam ter a força de vontade necessária, desejavam ser disciplinadas, desejavam ser focadas, desejavam ter corpos assim! Desejavam mesmo? Queriam lá no seu íntimo e pensam nisso frequentemente? Acordam e deitam-se a pensar nisso? É uma prioridade? Ou simplesmente desejavam quando se lembram apenas? Quando vêm uma foto ou quando vêm alguém treinar?
É que é bem diferente querer e desejar. Desejar eu desejava ter 1.70cm, desejava ter uma casa nas Bahamas, desejava conhecer o Brad Pitt...mas com isso não quero dizer que trabalho para ter 1.70cm (parece que seria difícil), que trabalho para ter uma casa nas Bahamas ou que faço tudo para ir conhecer o Brad! Não são prioridades para mim, não fazem parte dos meus objectivos, não são coisas impossíveis (tirando 1.70cm), mas não são algo que me tira o sono ou que me faz sentir realizada. Não tenho um plano traçado nem pretendo traçar nenhum plano quanto a isto!
700906ff29cfe4d246a07bdb386ac11e
Mas no que diz respeito ao que eu realmente quero e sonho para mim, tenho como prioridades na minha vida e todos os dias faço algo para realmente lá chegar um dia. Sei que não se constrói de um dia para o outro, leva tempo, trabalho, esforço e dedicação. Estabeleço planos, ultrapasso as dificuldades, oiço todas as opiniões inclusivé de quem é contra e retenho apenas as que me interessam e me dão mais força, informo-me, pesquiso, aprendo diariamente algo mais para saber como lá chegar, as minhas energias estão viradas para esses objectivos e sim, acordo e deito-me a pensar em todos eles. Se eu preferia comer lasanha em vez de frango com brócolos? Muitas vezes sim, mas isso não me levaria ao meu objectivo. E só assim faz sentido para mim viver. Com objectivos, com desafios.
Aprendi a saborear a sensação de ultrapassar cada limitezinho que a minha mente cria...e se cria constantemente...mas a sensação de vencer essas dificuldades que estão dentro de mim e da minha mente vale tudo a pena. E mesmo assim fico sempre com a sensação de que poderia ter feito um pouco melhor, poderia ter-me esforçado um pouco mais. Não só a nossa mente faz sabotagem ao nosso trabalho, e por isso é tão mais desafiante quando treinamos com alguém que nos leva mais longe do que acreditávamos, como ao mesmo tempo a nossa mente é perfeccionista e quer sempre mais um pouco.
images-3
Bom, mas tudo isto para vos dizer que querer, desejar e sonhar não chega! Primeiro que tudo há que criar o objectivo, há que escolher o caminho que queres seguir, depois há que traçar um plano e trabalhar por isso...Quando dizemos que gostávamos muito de ser assim, o que fizemos realmente por isso? O que nos falta para começar a fazer algo? Onde ir buscar a motivação? a Nós mesmos!
Não cai do céu, não adianta voltar a percorrer o mesmo percurso, fazer tudo da mesma forma como antes, pois os resultados serão exactamente os mesmos, não vale a pena desistir uma vez mais, ou terás de novo de um dia recomeçar tudo do zero, há que experimentar coisas novas, tentar fazer de outras formas desta vez,  há que estabelecer um compromisso, conosco próprios, e esse pode ser o mais dificil de cumprir...é mais difícil prestar contas a nós mesmos. Não estamos também habituados a analisar-nos realmente e friamente e pedir contas do que não fizemos, estamos habituados a colocar as culpas nos outros, nos que nos rodeiam, no marido, nos filhos, no tempo, no clima, no governo, no chefe, no patrão, na genética! Mas no fim da vida, quando olharmos para trás, vamos dar mais uma desculpa para a vida que não vivemos por preguiça ou vamos sentir-nos tranquilos porque demos o melhor de nós e levámos a vida a tentar melhorar?
977f1328928c5905f6fb5b91da57be7c
Viver ultrapassando medos faz-nos sentir aqui, faz-nos isso mesmo, viver! Como li em algum sitio, há pessoas que só vivem quando lhes dói um pé, quando apanham um susto e sentem o coração a bater a mil, há outras que vivem com o coração a bater forte constantemente porque apreciam ao máximo o momento, porque saboreiam cada desafio e o processo para o ultrapassar. Isto tudo se aplica ao treino mas não só...aplica-se em tudo na vida.

Bons treinos!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ!

Ultimamente tenho recebido muitas mensagens e pedidos de informação sobre a alimentação e treino na gravidez e no pós-parto como forma de ajuda na recuperação da forma. 

Principalmente depois de ter postado uma foto minha grávida, ou melhor, repostado, recebi mais algumas mensagens e percebi que as duvidas são sempre mais ou menos as mesmas. 
Por isso e por ser uma fase tão particular na vida e corpo de uma mulher, venho esclarecer algumas questões, e contar-vos um pouco de como era a minha alimentação. 



Deixemos a parte do treino para outra altura, no entanto relembro que já escrevi um post sobre isso, relembro o link para que releiam e tirem algumas duvidas, basta clicar AQUI


Nesta fase há uma especial preocupação nas mulheres quanto á forma física e peso a ganhar, também a meu ver por existir o medo de não conseguir voltar á forma anterior, e o receio de aumentar de forma exagerada o peso. Por outro lado temos como prioridade o bebé, e o querer contribuir da melhor maneira para a sua formação e bem-estar e o desejo que tenha todas as fontes necessárias para um crescimento saudável! Pois uma questão não invalida a outra, e já lá vai o tempo em que comer por dois era sinónimo de um bebé saudável, grande e satisfeito. 


Alguns cuidados deveriam até ser tomados antes mesmo da gravidez ter início, logo numa fase em que se planeia ter um filho. Não ter vícios como fumar ou eliminar o álcool, tentar ter um peso equilibrado antes da gravidez e ter uma alimentação saudável são as bases mais importantes para dar o passo seguinte e que podem inclusive ajudar numa concepção mais rápida e numa gravidez mais tranquila. 



No meu caso específico não tive desejos especiais nem enjoei praticamente nenhum alimento, mas nem sempre é assim o que não ajuda pelo menos no primeiro trimestre. Acima de tudo, o que é mais importante é, e um pouco como sempre, o equilíbrio e a variedade. 

- Ingestão de muitos líquidos. 
- A proteína contribui e muito para o desenvolvimento de novos tecidos e células por isso escolhe ingerir proteína variada como carnes magras, carne branca, ovos, leguminosas, e peixe (especialmente pela garantia do ómega 3*). 
Também o iodo, presente no peixe e alguns produtos hortícolas é essencial pois está provado que a carência em iodo na gravidez aumenta o risco de existências de alterações cognitivas nas crianças pois este é essencial para o cérebro e sua formação. 
- Consumir muitos vegetais (bem lavados e esterilizados) e alguma fruta, reduzir o mais possível os açúcares e produtos fabricados que nada de bom trazem á formação do feto e podem inclusivé prejudicar o seu crescimento
- A gordura é super importante e está estritamente ligada ao sistema hormonal, por isso escolhe gorduras boas como o azeite, abacate, frutos secos, etc. 
-  Ingerir legumes e cereais integrais como o arroz e o pão. Não esquecer que, e tal como fora desta fase, os hidratos de carbono são a nossa maior fonte de energia, por isso podem imaginar a importância que têm durante o desenvolvimento de um bebé. 


Saliento ainda da importância do ómega 3! Alguns estudos provam que o ómega 3 na gravidez ajuda no desenvolvimento cerebral e seus tecidos, no sistema cognitivo, na compreensão e intelectualidade, no sistema imunitário do bebé, na retina e até na fase desde o nascimento até aos 2 anos da criança.



Não se preocupem em seguir dietas restritivas nesta fase, preocupem-se sim em comer regularmente como por exemplo de 3 em 3 horas e em seleccionar alimentos mais saudáveis e o menos “fabricados” possível. Claro que não é bom comer tudo o que aparece á frente e satisfazer todos e quaisquer desejos que tenhamos só porque sim e porque como estamos grávidas é uma boa desculpa para tudo comer. O peso que se ganha vai-se reflectir numa fase de pós-parto, em que temos um sistema hormonal ao rubro, auto-estima baixa (pelas hormonais malucas que nos assaltam com pensamentos parvos), cansaço, horários difíceis, um bebé nos nossos braços que necessita de toda a nossa atenção e disponibilidade, retenção, mau feitio (normalmente só com o marido), e vamos nos sentir culpadas e ainda querer fazer dietas doidas nesta fase para acabar com o resto das nossas energias físicas e psicológicas. Por isso, ganhar peso sim, é inevitável e necessário, mas com atenção. O nosso corpo agradece. Com isto não significa que não devem satisfazer alguns desejos e vontades vossas, a parte bonita e maravilhosa deste acontecimento na vida da mulher é para também ser vida sem culpas e sem pressões. 
Lembrem-se que é necessário aumentar as calorias ingeridas no total diário em função do crescimento do bebé, mas também isso depende do trimestre em que se encontram, sendo que  normalmente o aumento é de cerca de 300 a 400 calorias diárias em média. 

Quanto á suplementação posso dizer que tomei, Whey Protein (procurem uma bem “pura”, cuidado com os adoçantes na sua composição, zero lactose para que não provoque alergias no bebé, e uma marca de confiança) multivitamínico, ferro (recomendado pelo médico), enzimas digestivas e ómega 3. No entanto se não tomavam antes suplementos como a whey, esta não é a fase certa para o começar a fazer, e para quem já tomava não significa que tenha de o continuar a fazer. É uma opção pessoal e recomendo sempre a procura de um especialista que vos possa aconselhar nesta fase tão específica.

Eliminei suplementos como creatina, BCAAS, pré-treinos, etc, por serem ligados ao aumento da minha performance nos treinos e nesta fase portanto não fazer sentido, já que o objectivo não era o crescimento e recuperação muscular. 

A alimentação correcta durante a gravidez permite e permitiu-me uma gravidez mais “leve” (apesar de os meses mais difíceis terem sido no pico do Verão), mais tranquila, mais relaxada e com uma sensação de bem estar que acredito sinceramente, também por alguns exemplos próximos de mim, que estão lidos ao tipo de vida e alimentação que fiz neste período.



Aproveito e partilho as fotos de quando estava grávida, a grávida das fotos sou eu.